MIGUEL VALE DE ALMEIDA

ISCTE-IUL, Portugal

 

IMG 0637 400px

 

QUE FAZER?

A ANTROPOLOGIA FACE À REAÇÃO CONTEMPORÂNEA

 

 

Uma parte substancial do backlash (ricochete, ou reação) conservador ou reacionário que se verifica um pouco por todo o mundo assenta num duplo movimento que diz respeito às ciências sociais. Por um lado, uma negação das perspetivas de construção social e relativização cultural e histórica; por outro, uma apropriação quer de abordagens abandonadas pelas ciências sociais, quer dos próprios mecanismos por elas usados para explicar o social enquanto realidade construída. Talvez o exemplo mais flagrante seja o da “ideologia de género”. Mas considerarei também o nacionalismo, a naturalização do etnocentrismo e do racismo, as noções de guerra de civilizações e religiões, o sexismo e a homofobia, as reações ao “politicamente correto”, entre outros (nomeadamente, a níveis mais sofisticados, novas teorizações com implicações políticas, vindas da genómica, da psicologia evolutiva, das neurociências, etc.). Explorarei a hipótese de este backlash se organizar com base numa aliança, aparentemente contraditória, entre neoliberalismo e apelos ao tradicionalismo, num fenómeno novo e específico da nossa época e não enquanto atavismo do passado. Nesse sentido, trata-se de um movimento “revolucionário” e os campos progressistas (em que largamente assentam as ciências sociais) são remetidos para um desconfortável lugar de “conservadorismo”. Como podem o discurso antropológico e a prática etnográfica produzir conhecimento (e sua disseminação) contra esta realidade – num gesto político - mas também sobre ela, num tentativa de a tornar inteligível?

NOTÍCIAS 6º CONGRESSO AIBR

Ed. ONLINE

 

ARIESRESOL

   Logo AIBR

 

   POTSDAM

Com o apoio de:

WGmini